23/02/2015

Boyhood


Será que só está nomeado porque levou 12 anos a filmar? Vamos ver.

O filme acompanha Mason, de 6 anos, ao longo da década mais impactante da sua vida. 12 anos cheios de um turbilhão de mudanças, controvérsias familiares, casamentos instáveis, segundos casamentos, novas escolas, primeiros amores e amores perdidos, tempos memoráveis e tempos assustadores e, uma constante miscelânea de desgostos e deslumbres.
Mason, o menino sonhador que se confronta com a importante decisão da sua dedicada e lutadora mãe solteira, Olivia que, decide refazer a sua vida em Houston, no momento em que o pai, Mason Senior, retorna do Alasca para reentrar no seu mundo. Numa maré de pais e padrastos, raparigas, professores e patrões, perigos, anseios e paixões, Mason emerge para seguir o seu caminho.

O filme começa quando a mãe de Mason e Samantha decide mudar-se para Houston e voltar a estudar (universidade). Ao longo de 2h40min, assistimos à evolução de Mason, da sua irmã e dos seus pais em termos de, personalidade, mudanças visuais e atitudes perante a escola, o trabalho ou a relação com outras pessoas.

Neste filme estão incluídos: passagens temporais bem feitas (em que só nos apercebemos que passaram meses ou anos, quando olhamos com atenção para as personagens e reparamos como cresceram e aquilo que aprenderam); Harry Potter (tinha de aparecer uma saga para os miúdos seguirem e, eu penso que esta foi a escolha mais inteligente); as várias relações que os pais tiveram, os seus objectivos e, a forma como criaram os filhos; a descoberta de Mason pela Fotografia (todos passámos por isto, descobrir algo que gostamos e querer agarrar a oportunidade para o fazer... a mim, aconteceu-me com o Marketing, o Futebol e, como já deve ter percebido, os Filmes e Séries).

Como já referi, os diferentes momentos da infância para a adolescência e para o inicio da idade adulta (ida para a universidade) estão muito bem caracterizados e, conseguimos perceber bem como identificarmo-nos com as diferentes situações.

Recomendo.

Este filme conta com: Ellar Coltrane; Patricia Arquette; Ethan Hawke.


Nota: 18.85 (1-20)

22/02/2015

The Grand Budapest Hotel


Olha outro. Com um grande elenco (quantidade e qualidade).

Este nomeado narra as aventuras de Gustave H., um lendário concierge de um famoso hotel europeu, o The Grand Budapest Hotel, durante as duas guerras, e Zero Moustafa, o paquete que se torna no seu amigo de confiança. A história desenrola-se à volta do roubo e da recuperação de uma preciosa pintura renascentista, e a luta por uma enorme fortuna de família.

A história começa em 1985, com um personagem, o Escritor que conta aquilo que lhe aconteceu numa das suas estadias no hotel. Retrocede para 1965, o Escritor está numa crise de bloqueio e encontra no hotel o proprietário do mesmo, o Sr. Moustafa que, aceita contar-lhe como se tornou o proprietário. A história recua mais ainda, para 1932, ano em que Moustafa conheceu o M. Gustave e, onde se passa a maioria da acção do filme.

É um filme interessante, diferente. No inicio é estranho, com tantas mudanças temporais, deixando-me com algumas dúvidas. Mas, à medida que a história se vai desenrolando e vamos conhecendo as personagens é, seguramente, agradável de se ver. Surpreende.

E com um filme destes, o elenco só podia ser de luxo (ainda que por breves momentos, com papéis secundários). Conta com: Ralph Fiennes; Adrien Brody; Willem Defoe; Jeff Goldblum; Jude Law; Bill Murray; Edward Norton; Owen Wilson; Tom Wilkinson; entre outros.


Nota: 18 (1-20)

The Imitation Game (O Jogo da Imitação)


Mais um mais um. Sem este senhor, provavelmente não estava a escrever onde estou.

Baseado numa história verídica, o matemático e criptógrafo Alan Turing, liderou um grupo de académicos, linguistas e analistas com o objectivo de quebrar o até então indecifrável código da Enigma, a máquina utilizada pelos nazis na 2ª Guerra Mundial.

O filme é passado em três situações temporais distintas, que rodam entre si de acordo com o enredo do filme, estando ligadas. É nos apresentado um Alan Turing em criança, onde podemos visualizar a sua relação de amizade com Christopher; Turing durante a guerra, na tentativa de descodificar códigos com a sua máquina (computador); e Turing após a guerra ser ganha, a contar a sua história ao detective que o prendeu por atentado ao pudor (naquela altura, era ilegal ser-se homossexual e, toda a gente achava que era uma doença, não uma escolha).
Durante os anos em que liderou a sua equipa e construiu a máquina, Turing teve de lidar com vários tipos de pessoas. Desde o Comandante da Marinha Real Britânica (que não gostava nada dele... parece que é um defeito dos Lannisters), ao seu grupo de analistas, passando pelos olhares que lhe lançaram quando quis integrar uma mulher no grupo.
O filme lida com vários problemas que se punham na altura: a homossexualidade; a valorização das mulheres quando fazem o trabalho dos homens; a escolha entre salvar vidas ou sacrificá-las, com o objectivo de os alemães nunca descobrirem que a sua máquina foi descodificada.

O filme é muito bom e, merece sem dúvida as nomeações que tem.
Alan Turing influenciou cientistas, que após anos de pesquisa e investigação criaram várias "Máquinas de Turing", ou aquilo a que chamamos hoje de... computadores.

O filme conta com: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode, Charles Dance e Mark Strong.


Nota: 18.75 (1-20)

Whiplash - Nos Limites


Este nomeado tem muita música.

Andrew Neimann tem 19 anos e sonha ser o melhor baterista de jazz da sua geração, mas a concorrência é muito grande. O seu objectivo é tocar nas orquestras lideradas por Terrence Fletcher, um professor muito rigoroso e exigente. Quando isso acontece, Andrew começa a ultrapassar todos os seus limites, inclusive a ter atitudes que jamais imaginou.

O filme começa logo com uma bateria a tocar. Andrew, que estuda na Shaffer Conservatory of Music em Nova York, está a treinar quando é interrompido por Terrence Fletcher, que lhe pede para tocar umas notas. Após Andrew tocar, o professor diz-lhe que deve continuar a treinar.
No dia seguinte, Andrew é escolhido como baterista substituto para a banda de Fletcher, mas ele é bastante exigente e quer que todos dêem o seu melhor, pede por isso que Andrew pratique arduamente para merecer o lugar. Entretanto, o rapaz começa a sair com a rapariga (Nicole) que trabalha no cinema onde ele e o seu pai costumam frequentar.
Na primeira competição a que Andrew vai como membro da banda, o jovem consegue ajudá-los a vencer. A partir dessa altura, começa a achar-se o melhor, causando algum desconforto ao pai e aos amigos deste e, obrigando a que Nicole termine o namoro.
Entretanto, a dois dias de mais uma competição, Fletcher trás mais um baterista para a banda, de modo a picar Andrew para que ele mereça definitivamente o lugar.

Gostei bastante do filme, é muito bom. É um filme intenso, que retrata a vida dos jovens músicos que querem ser grandes, e o que pode vir das consequências. Confesso que o Jazz não é o meu estilo de música preferido, mas a banda sonora é formidável.
É um filme em que as personagens são levadas ao limite, e é talvez por isso que seja um dos melhores do ano.
Tem as suas fraquezas, não é um filme perfeito, mas as personagens de Miles Teller e J.K.Simmons fazem com que seja extraordinário e muito agradável de se ver.


Nota: 18.85 (1-20)

21/02/2015

Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance)


Ora aqui vai mais um nomeado. Será que merece o prémio?

É uma comédia de humor negro que a história de um actor, Riggan Thomson, famoso por ter interpretado um super-herói icónico, e que agora planeia montar uma peça de teatro numa tentativa de recuperar os seus tempos de glória. Nos dias que antecedem a noite de estreia, Riggan luta contra o seu ego e tenta recuperar a sua família, a sua carreira e a si próprio.

O filme começa com Riggan a levitar (sim, levitar) e a receber uma chamada da filha. Pouco depois, dirige-se ao palco do teatro onde "vive" para ensaiar mais uma cenas para a sua peça.
Riggan Thomson foi protagonista de três filmes de um super-herói chamado Birdman, na década de 90. Agora, acabado, pretende voltar à ribalta mas no teatro, com uma peça na Broadway chamada "What We Talk About When We Talk About Love" escrito por Raymond Carver em 1981.
A poucas horas da primeira pré-estreia, um dos actores precisa de ser substituído (foi parar ao hospital por ter levado com uma coisa na cabeça), sendo escolhido para o papel o actor Mike Shiner.
Durante os dias que antecedem a estreia da peça, há sempre qualquer coisa que não foi prevista a acontecer e, além disso, podemos ver Riggan a tentar lutar (ou a passar-se) contra a sua consciência, que é o Birdman. Quando Birdman fala com Riggan, o actor ganha super-poderes (poderes esses que pertenciam ao super-herói nos três filmes), Birdman quer que o actor volte aos seus tempos áureos de quando fazia os filmes e toda a gente o conhecia por isso.

O filme não é extraordinário, mas também não é mau. É diferente ao que estamos habituados.
Parece que foi filmado e apenas um take (one-shot), com cortes de edição nos sítios certos, o que dá a perspectiva de que estamos dentro do filme. A Emma Stone merece sem dúvida estar nomeada (melhor actriz secundária), está muito bem e o pequeno monólogo que tem é fabuloso. Adorei a banda sonora/música de fundo. Tem solos de bateria e, quando se aproxima uma cena importante/intensa o som da bateria aumenta. Brutal!
Gostei das referências que fizeram a diferentes actores, quando Riggan queria encontrar um actor substituto para aquele que foi para o hospital (Woody Harrelson, Michael Fassebender, Jeremy Renner), o que torna o filme mais real.
O filme só peca por ter pouca acção, mas compensa pela forma como foi filmado/editado e pelos diálogos entre Riggan com a filha, Mike ou o Birdman.

O filme conta com: Michael Keaton, Edward Norton, Emma Stone, Zach Galifianakis e Naomi Watts.


Nota: 17 (1-20)

The Legend of Hercules (2014) / Hercules (2014)

                                                     
A minha tradição de Dia dos Namorados é.... ver filmes com personagens da mitologia grega.
É um tema que gosto bastante.
O ano passado foi Percy Jackson, este ano ia ver os dois filmes protagonizados por Logan Lerman, mas lembrei-me "E se antes disso for ver o Hércules (filme da Disney)?" Depois disso, era obrigatório ver estes dois filmes.

Bora lá então.

The Legend of Hercules
O filme passa-se em 1200 A.C., na Grécia Antiga. A Rainha Alcmene aceita uma oferta da deusa Hera, gerar um filho de Zeus para que possa terminar com a tirania do Rei Amphitryon e trazer paz. No entanto, o rei descobre e diz que a criança se vai chamar Alcides.
20 Anos Depois, o Principe Alcides/Hércules passeia pela floresta com a Princesa de Creta, Hebe, por quem está apaixonado. O irmão e futuro Rei, Iphicles, encontra-os e ordena que a princesa retorne para casa. Os dois irmãos ficam mais um pouco, e encontram o Leão de Nemeia. Hércules acaba com ele, mas é Iphicles que ao chegar ao Reino diz que matou o Leão e, anuncia o seu casamento com Hebe. Após a fuga da Princesa e de Hércules e terem sido apanhados, o Rei Amphitryon ordena que Alcides seja enviado para o Egipto com 80 dos seus homens.
No Egipto (ou a meio caminho), Hércules junta-se ao Capitão Sotiris (ou Spartacus) e juntos fazem de tudo para voltarem à Grécia antes do casamento. Mas quando descobre a sua verdadeira identidade, só lhe resta uma escolha, fugir com a mulher que ama ou cumprir o seu destino e tornar-se um verdadeiro herói.

Hercules 
O filme começa com a introdução à história de Hércules (neste filme muito mais bem conseguida e de acordo com a verdadeira). Logo se descobre que o contador de histórias é Iolaus, sobrinho de Hércules O rapaz está preso e, antes de ser salvo pelo tio e pela sua "equipa", vai contando a história dos 12 Trabalhos (Hidra de Lerna, Javali de Erimanto, Leão de Nemeia, entre outros).
A pedido de Ergenia, filha do Rei Cotys, Hércules e o seu grupo viajam para a Trácia para pôr fim à guerra civil e derrotar Rhesus.
Hércules tem de treinar os homens do Rei (que são na maioria agricultores... os quais rezam a Hera), enquanto luta com os seus próprios demónios.

Os dois filmes não são extraordinários. Têm os seus altos e baixos.
Em The Legend of Hercules (com Kellan Lutz... sim um dos vampiros do Twilight), a história do nascimento da personagem principal é muito estranha (Hera é suposto odiar o rapaz e não o contrário), bem como o nome do seu amor verdadeiro (toda a gente sabe quem é). Eu percebo que queriam fazer algo diferente, mas caramba, é um filme sobre uma figura icónica da mitologia grega, façam as coisas como deve de ser. No entanto, gostei do enredo, até que nem foi mau, um pouco cliché, mas interessante. Adorei ver novamente o Spartacus (Capitan Sotiris... Liam McIntyre).
Em Hercules (com Dwayne "The Rock" Johnson), a história do nascimento já está próxima da realidade (ou mito... vá). A Irina só aparece em duas ou três cenas e quase que não diz nada (a rapariga deu corpo e voz a uma personagem de um jogo... foi o NFS: The Run, o Ronhó não fez nada. Foi aparecer num filme como figurante, literalmente, e aí o rapaz já se passou... enfim). Gostei da história, foi um pouco diferente do que eu estava à espera (e isso às vezes é bom), no entanto, certos aspectos do filme e afins podiam estar mais bem conseguidos.


Notas:
Hercules (2014) - 14.5 (1-20)

18/02/2015

The Theory of Everything (A Teoria de Tudo)


Mais um filme bibliográfico? Sim.
Está nomeado para melhor filme? Está.
É o que eu acho que vai ganhar? Não. E porquê? O filme é mau? Não, é sem dúvida um dos melhores filmes que eu vi este ano (e o ano passado).

Em 1963, enquanto estudante de cosmologia na conceituada Universidade de Cambridge, no Reino Unido, Stephen consegue grandes avanços e está determinado a encontrar uma "simples, eloquente explicação" para o Universo. O seu mundo expande-se quando se apaixona por Jane Wilde, uma estudante de artes, também em Cambridge. Mas, aos 21 anos, este jovem saudável e activo recebe um diagnóstico que vai abalar a sua vida: a degeneração dos neurónios motores vai atacar os seus membros e as suas capacidades, deixando-o com limitações de fala e movimento e, terminando com a sua vida em dois anos.

O filme conta a história de Stephen Hawking, um jovem bastante inteligente e que sonhava entender o Universo. É bom aluno, apaixona-se e pensa estar a viver um sonho. Até que lhe é diagnosticado com uma doença neurodegenerativa progressiva e fatal, Esclerose Lateral Amiotrófica (a tal doença que no Verão o pessoal famoso andava a fazer os ice bucket challenge).
Ao longo do filme, vamos conhecendo os 25 anos de casamento com Jane, a evolução da doença, a Teoria do Big Bang (sim, é do Stephen Hawking) e dos buracos negros, a sua relação com a mulher e os filhos. Devo acrescentar que até teve algumas cenas de humor.

Sem dúvida que recomendo a ver este filme. A interpretação de Eddie Redmayne é brutal.

O filme conta com: Eddie Redmayne e Felicity Jones.

American Sniper (Sniper Americano)

                                                                                       

Ok. Estamos naquela altura em vai tudo a correr ao cinema para ver os filmes nomeados ao Oscar.
Este é um deles.

Chris Kyle, Comando Naval de Operações Especiais da Marinha dos Estados Unidos (SEAL), é enviado para o Iraque com uma única missão: proteger os seus irmãos de armas. A sua precisão singular salva inúmeras vidas no cenário de guerra, e à medida que as suas histórias de coragem se espalham, ele passou a ser conhecido como a "Lenda". No entanto, a sua reputação começa também a ganhar forma atrás da linha do inimigo, que coloca a sua cabeça a prémio, fazendo dele um alvo prioritário dos insurgentes. Em casa, ele enfrenta um outro tipo de batalha: a luta para ser um bom marido e um bom pai, mesmo quando está do outro lado mundo. Apesar do perigo e da tensão no lar, Chris serve quatro pesadas missões no Iraque, personificando o espírito dos SEAL "Nunca deixar um homem para trás". Mas depois de regressar para a sua família, apercebe-se de que é a guerra que ele não consegue deixar para trás.

O filme começa com uma decisão difícil para Kyle. Uma criança dirige-se para os seus companheiros com uma bomba na mão, deve ele premir o gatilho ou não? (uma das cenas que está inserida no trailer). Como este filme é de carácter biográfico (baseado no livro que o próprio Chris Kyle escreveu), conta-nos a história de como ele chegou ao estatuto de "Lenda".
Temos imagens de um Chris criança, indo à caça com o pai e defendendo o irmão mais novo. Anos mais tarde, como "Cowboy", apercebe-se que ainda não fez nada de útil na vida, e é então que ele e o irmão decidem alistar-se na Marinha Americana.
Ao longo do filme, vamos recebendo imagens do seu treino para se tornar um SEAL, de como conheceu a sua mulher, Taya, o seu casamento e, a sua vida dividida entre as quatro campanhas no Iraque e a sua família. É, também, nos dado a conhecer que um sniper (que ganhou uma medalhas de ouro nos últimos Jogos Olímpicos), Mustafa, foi contratado para o eliminar.

O filme está bem feito, a edição está muito bem conseguida (dá a sensação que estamos também a viver aquelas quatro missões). É um filme que se vê bem, mas uma vez ou duas bastam.
Eu percebo porque está nomeado ao Oscar de melhor filme (filme bibliográfico, um tipo patriota que fez quatro tours no Iraque e sobriviveu, considerado por muitos como um herói), mas penso que não tem capacidade para vencer. De qualquer das formas, o Bradley Cooper é muito bom (actor).

O filme conta com: Bradley Cooper e Sienna Miller. Com Clint Eastwood na realização.